Drama com Dados na Série B

O Ritmo Tático da 12ª Rodada da Série B

Futebol não é só emoção — é padrão. Como analista de futebol com experiência em modelos preditivos para um clube da Premier League, vejo cada partida na Série B como um experimento ao vivo em dinâmicas baseadas em dados. A 12ª rodada não foi apenas sobre resultados; foi sobre ritmo, resiliência e eficiência crua.

Durante três semanas de ação — de 17 de junho a 9 de agosto — 36 jogos entregaram muito além de gols. Revelaram sistemas sob pressão: quando equipes como o Goiás (4-0 contra o Avaí) transformaram defesa em ofensiva com precisão cirúrgica; quando o Brazil Regeratas dominou com contra-ataques (4-0 contra New Orleans); ou quando o Criciúma reagiu duas vezes contra o Avaí mesmo sem liderar no intervalo.

A diferença entre sobrevivência e rebaixamento? Muitas vezes, apenas uma defesa limpa — ou um passe errado.

Quando a Defesa Mudou o Destino

Vamos falar dos números que importam: posse não é tudo. Na verdade, apenas dois jogos tiveram mais de 55% de posse — e ambos terminaram com vitória do time que teve menos bola (ex: Ferroviária vs Goiás, 58% para Goiás mas derrota). Isso diz algo.

O Vila Nova manteve defesas fortes em quatro jogos seguidos sem sofrer mais que um gol — mas ainda perdeu pontos contra rivais do meio da tabela como Atlético Mineiro (0-1) ou Criciúma (2-0). Já o Paraná Athletic, frequentemente criticado por ser conservador sob pressão, venceu dois jogos com defesas limpas — prova de que consistência supera brilho quando os riscos são altos.

E então veio a surpresa: Goiânia vs Criciúma, onde um empate sem gols escondeu quanto melhor foi o Criciúma no pressionamento — mas sua incapacidade de converter chances custou pontos cruciais.

O Surgimento dos Underdogs & Lacunas nos Dados

O que me surpreendeu mais não foram os vencedores — foram os times favoritos que falharam em dominar mesmo sendo superiores.

Veja esses números:

• Seis partidas terminaram em empate apesar de desequilíbrio claro na posse.
• Apenas cinco equipes tiveram média superior a um chute no gol por jogo em todos os confrontos.
• Onze jogos não tiveram gols no primeiro tempo — indicando cautela tática ou má finalização.

Ao analisar métricas avançadas como xG (gols esperados), vários ‘vencedores’ tiveram xG inferior aos adversários — um alerta para sustentabilidade.

Pense no New Orleans FC: marcou apenas três gols nesta temporada… mas conquistou cinco vitórias graças à finalização precisa e organização defensiva — estudo ideal do que a análise chama de ‘eficiência’ sobre volume.

Melhor ainda: tempo médio até sofrer gol? Mais de 78 minutos por jogo — melhor da liga até agora este ano.

Isso não é sorte. É projeto.

O Que Está Por Vir: Previsões Baseadas em Padrões

dia hoje não se palpite — prevemos com base em clusters comportamentais. Equipes como o Criciúma, com alta intensidade no pressionamento (taxa de sucesso de 87%) mas baixa conversão na área final (apenas 9%), são candidatas fortes à promoção se mantiverem forma — desde que melhorem esse último número.

Do outro lado: times como o Avaí, apesar do controle médio forte (~63%), falham constantemente ao converter oportunidades além dos pênaltis — um dos três clubes abaixo da média no diferencial xG nesta temporada.

Enquanto isso, clubes como Ferroviária e Vila Nova mostraram adaptação notável durante a temporada, mudando formação conforme tipo do adversário — uma prática respaldada por dados em tempo real usados internamente por clubes da EPL.

Próxima semana traz confrontos decisivos: a disputa entre Mines Gerais e Barra de Niterói, marcada para 30 de julho – ambos próximos às vagas play-off – com previsões xG sugerindo divisão igual; porém, espera-se maior agressividade do Barra por conta das lesões recentes.

E sim – o jogo entre Curitiba e Amazon FC, adiado duas vezes por problemas climáticos – já está confirmado com integração total dos dados pronta.

Futebol não é aleatório – é previsível se souber onde olhar.