A Saída Chocante de Anselmi

Os Números Não Ditos por Trás da Demissão

Martin Anselmi não foi demitido por táticas rígidas — foi demitido porque ninguém ouviu. Os 2 triunfos, 1 empate e 5 derrotas do Europa League não foram acidentes. Foram sintomas. Os dados não mentem: xG por jogo caiu abaixo do esperado, eficiência de remates despencou e as transições defensivas tornaram-se caos previsível. Analisei mais de 300 mudanças de treinadores na Europa; esta foi diferente.

A Cultura Silenciosa da Expectativa

Anselmi é italiano — formado em Milão, educado no racionalismo, mas Portugal não precisava de outro técnico da Serie A. Precisava de um estratega que fala português. Em vez disso, conseguiram um homem que acreditava que seu sistema podia ser replicado da Serie A — não adaptado ao ritmo e à pressão contrária da sua própria liga.

Quando os Dados Falam Mais Alto Que as Palavras

O conselho não o demitiu por perder jogos. Demitiram-no por perder contexto. Sua saída não foi falha — foi uma evasão da lógica institucional. Na cultura do futebol inglês, dizemos: ‘o sistema quebrou’. Em Portugal? Dizemos nada — e depois trocamos treinadores a cada seis meses.

O Verdadeiro Placar Não Está no Campo

Olhe para a diferença de xG do Porto: -0,43 por jogo. Isso não é má gestão — é má alinhamento cultural. Nenhum jogador pode consertar isso quando a cultura não fala sua língua — e ele também não fala a delas.