Série B Semana 12

O Ritmo Imprevisível da Série B

A Série B não é apenas um caminho para o topo—é uma panela de pressão. Com 20 clubes lutando pelo acesso e pela sobrevivência, cada jogo parece um plebiscito entre ambição e execução. Os confrontos da Semana 12 revelaram que ninguém está seguro, nem mesmo os times com bom desempenho.

A duração média dos jogos foi de 86 minutos (sem tempo adicional), mas dois partidos ultrapassaram os 90 minutos por tempo extra—um sinal sutil de como esta temporada está intensamente disputada.

Seguindo as taxas de conversão de chutes: apenas dois times (Goiás e América Mineiro) superaram a marca de 17%. Isso diz mais do que os gols marcados—eficiência é o verdadeiro rei.

Mudanças Táticas Por Trás dos Resultados

Falemos do Goiânia Atlético vs. Volta Redonda, vitória limpa por 2–0 do Goiânia. À primeira vista? Um resultado simples. Mas ao investigar: seu xG (gols esperados) foi apenas 0,83 contra o xG de Volta Redonda, que chegou a 1,45.

Isso significa que o Goiânia não dominou estatisticamente—ele constrangeu o jogo. A taxa de passes certos caiu para 76%, mas a intensidade da pressão aumentou quase 30%. Deixou o Volta Redonda controlar a posse… e atacou quando importava.

É aqui que os dados se tornam poesia: você nem sempre vence passando mais; vence pensando melhor.

Já no Ferroviária vs. Criciúma, empate caótico por 3–3. Ambos tiveram xG altos (>2), mas nenhum converteu acima do esperado até o fim — o gol decisivo saiu no minuto 87, após três cartões amarelos.

Esses números não são apenas estatísticas — são narrativas em movimento.

O Aumento Silencioso: O Que Está Funcionando?

Um time chamou atenção além das manchetes: Vila Nova, que venceu o Curitiba por 2–0 apesar de estar abaixo nos rankings.

Sua estrutura defensiva melhorou muito nesta semana — permitiu apenas um chute à meta em jogadas abertas — e sua linha defensiva manteve uma variação média inferior a um metro por minuto durante as construções ofensivas — uma marca elite segundo nosso modelo.

Enquanto isso, Amazon FC, muitas vezes visto como inconsistente, mantém sua trajetória ascendente com duas vitórias e um empate nos últimos seis jogos desde a Semana 9. Seu indicador-chave? Taxa elevada de sucesso na pressão em transições (+58%) — sinal claro de que estão mudando do reativo para o proativo.

Nem sempre se trata de jogadores estrela ou contratações caras — é sobre sistemas que funcionam sob pressão.

Olhando Adiante: A Corrida Pelo Acesso Estreita-se

Com metade da temporada concluída e apenas quatro pontos separando o primeiro do oitavo lugar, entramos na chamada ‘zona de volatilidade’. Qualquer erro pode redesenhar as posições em questão de horas.

Próximos jogos: Criciúma vs Ferroviária, na Semana 14. Com base em tendências e histórico recente (Ferroviária ganhou três dos cinco confrontos anteriores), dou ligeira vantagem a eles — mas espere mudanças táticas logo no início se Criciúma adotar uma pressão intensa como fez contra Bragantino recentemente.

Também fique atento ao Atlético Goianiense vs Coritiba: Coritiba precisa dos pontos; Goianiense tem mostrado resiliência em casa (três vitórias nos últimos cinco).

Dados não preveem vencedores — revelam padrões por trás deles.

E aqui está minha análise: se quer apostar na consistência ao invés do brilho, olhe para equipes com diferenças estáveis entre xG ofensivo e defensivo — não só pelos gols marcados, mas pela integridade do processo em todas as fases do jogo.

Futebol não é aleatório—recompensa muito mais preparação do que sorte… mesmo que às vezes pareça ser no sábado à noite no Estádio Raulino de Oliveira.