Por que o Mundial de Clubes da FIFA Continua Sem Sentido — E Por Que Devia Continuar Assim

Cobri três temporadas dos playoffs da NBA, analisei dados de futebol europeu e até entrevistei treinadores que choram no intervalo. Nada me fez questionar tanto o valor de um torneio quanto ver o PSG enviar uma equipe reserva no Mundial de Clubes.

Sim — leu certo. O time com Neymar e Mbappé mandou uma equipe secundária contra o Porto logo após vencer a Ligue 1. Não por descanso. Não por estratégia. Por este troféu.

O Problema Central: Nenhum Campeonato Global Real

Seja honesto: um torneio relevante deve responder uma pergunta simples — quem é realmente o melhor?

A Copa do Mundo decide isso para seleções. A Champions League faz isso para os grandes da Europa. Mas podemos dizer o mesmo do Mundial de Clubes da FIFA?

Não quando clubes como Liverpool, Barcelona, Bayern ou Manchester City nem sequer estão qualificados.

Não importa quantos pontos você conquiste no campeonato nacional ou continental — se não for da CONMEBOL, CAF ou AFC, está fora.

Pense: pedir a Messi que aceite não ter vencido algo real porque seu clube não se classificou pela classificação regional? É como exigir medalha olímpica por vitória em uma corrida local.

Por Que a Europa Controla Tudo (E Isso Está OK)

Falemos sobre distribuição de talentos.

Para onde vão os melhores jogadores? Para a Europa — especificamente Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França.

Por quê? Dinheiro fala mais alto que troféus. Não há limites salariais nos níveis elite; estrelas ganham em um ano mais do que a maioria dos países gastam com todo seu orçamento nacional de futebol.

Então sim — se você é uma promessa no Indonésia, Cidade do México ou Nairobi… os scouts europeus vão encontrá-lo cedo ou tarde.

Não é magia; é capitalismo em ação.

Isso significa: por padrão, todos os jogadores elite atuam na Europa. E como estrelas moldam clubes fortes… então sim: os times mais fortes quase sempre são europeus.

Então por que precisaríamos de um torneio global onde esses times principais não competem? Isso anula completamente o sentido de chamá-lo “mundo”.

A Verdadeira Realidade: Atitude Fala Mais Que Quadros

Aqui está minha ironia favorita: Os únicos times que levam esse torneio a sério são aqueles sem chance real de vencer algo maior. Campeões asiáticos? Chegam com orgulho e paixão. Finalistas sul-americanos? Completamente comprometidos em honrar a tradição regional. Mas olhe para PSG vs Porto no ano passado: substituições na primeira metade incluíram dois meio-campistas e um zagueiro rotulado como ‘reserva’. The técnico disse que era rotação por carga física… — como se isso importasse quando seu adversário luta pelo título com tudo que tem. Pode-se confiar numa competição importante quando seus maiores nomes não dão tudo? Parece impossível quando ninguém quer vencer mesmo depois das decisões terminarem na Champions League — porque todos ainda se importam profundamente em ser campeões da Europa. The Club World Cup? Nem tanto.